Cruzeiro em busca de título inédito da Copa Sul-Americana

O próximo sábado, 23 de novembro, promete ser um dia histórico para a nação azul celeste.

O Cruzeiro, gigante adormecido que renasceu após anos de tormenta financeira e esportiva, encara o Racing na final da Copa Sul-Americana, no estádio La Nueva Olla, em Assunção. É a chance de levantar pela primeira vez o troféu do segundo torneio mais importante do continente.

A caminhada do Cruzeiro na Sul-Americana deste ano simboliza a recuperação de um clube que, até pouco tempo atrás, amargava três temporadas na Série B. Sob o comando de Fernando Diniz, o time encontrou um equilíbrio raro, mesclando experiência e juventude, e chega à final com a confiança de quem venceu batalhas decisivas.

Um rival de peso e um confronto histórico

Não será uma tarefa fácil. O Racing, adversário da final, traz consigo a tradição do futebol argentino e o peso de uma campanha sólida. Para tornar a missão ainda mais desafiadora, o time argentino tem a vantagem de melhor campanha, o que lhe confere o “mandato simbólico” de ser o anfitrião na decisão.

Mas se o retrospecto conta alguma coisa, o Cruzeiro tem motivos para acreditar. Em 14 confrontos com o Racing, a Raposa soma oito vitórias, quatro derrotas e dois empates. Já em finais, as duas equipes se enfrentaram duas vezes pela extinta Supercopa. Em 1988, o título ficou com o Racing; em 1992, deu Cruzeiro, com direito a uma goleada por 4 a 0 no Mineirão.

Agora, a história será escrita em um capítulo inédito: é a primeira vez que os clubes se encontram em uma final de Sul-Americana, um torneio que o Cruzeiro ainda não conquistou, mas que o Racing já levantou em 1988, em sua antiga configuração.

O momento celeste

Para o torcedor cruzeirense, a Sul-Americana é mais do que um título. É a redenção de um gigante que viu sua glória manchada por uma crise sem precedentes. A campanha no torneio sul-americano, marcada por atuações seguras e jogos decisivos, serviu para reerguer a autoestima da equipe e da torcida.

Fernando Diniz, que já vinha sendo elogiado por seu trabalho na Série A, conseguiu dar ao Cruzeiro uma cara de time competitivo. Nomes como Bruno Rodrigues e Rafael Cabral foram fundamentais em momentos críticos. A vitória sobre o Emelec, nas quartas de final, e o triunfo sobre a LDU na semifinal mostraram um Cruzeiro resiliente, pronto para encarar qualquer desafio.

Expectativas para a final

O jogo de sábado será um divisor de águas. Diniz sabe disso e tem ajustado cada detalhe para que o time esteja no seu melhor momento. Na quarta-feira, contra o Corinthians, pelo Brasileirão, é esperado um time alternativo. A prioridade é clara: a Sul-Americana.

A torcida, como sempre, promete um show. No embarque para Assunção, a Nação Azul prepara uma festa digna de final, mostrando que, onde o Cruzeiro vai, ela vai junto.

O que está em jogo

Além do troféu inédito, a conquista da Sul-Americana abriria portas importantes para o Cruzeiro. A vaga direta na Libertadores de 2025 é um atrativo óbvio, mas há também a questão financeira. Um título continental fortalece a marca do clube, atrai patrocinadores e aumenta o poder de investimento.

Mais do que isso, porém, está o simbolismo de um clube que se reergueu contra todas as probabilidades. Para o Cruzeiro, vencer a Sul-Americana seria a consagração de um trabalho que começou com a gestão Ronaldo e que agora começa a dar frutos.

Um sonho que pode virar realidade

O Cruzeiro já sabe o que é conquistar a América. Bicampeão da Libertadores, o clube tem história para se impor em decisões. Mas cada final é única, e a deste sábado será, sem dúvida, uma das mais marcantes da trajetória celeste.

Com transmissão garantida na TV aberta pelo SBT, na TV por assinatura pela ESPN e em plataformas de streaming como a Paramount+ e a Disney+, o jogo será acompanhado por milhões de torcedores, cada um deles vivendo a emoção do momento.

Resta ao Cruzeiro fazer o que sabe: competir, lutar e acreditar. Porque, para quem já levantou a cabeça em momentos de queda, conquistar a Sul-Americana seria muito mais do que um título. Seria a prova definitiva de que o gigante voltou.

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