BLOG DO ARI
Campinas, SP, 8 (AFI) – Falar apenas ‘situação lamentável’ aquela provocada por selvagens travestidos de torcedores santistas, após o rebaixamento do clube à Série B do Campeonato Brasileiro, na quarta-feira, é coisa simplista.
Na prática, vai bem além da mera conotação lamentável, pois se não for dado um basta neste estado de coisas, a repetição estará na pauta sabe-se lá até quando.
Tem-se que identificar aqueles bandidos que incendiaram veículos e ônibus, para que sejam presos, julgados e condenados pelo ordenamento desse Código Penal dos anos 40, do século passado, ainda com leis brandas e recheadas de regalias aos delinquentes.
A rigor, este 2023 foi marcado pelo aumento da criminalidade e desafio às autoridades, como se privar o sujeito da liberdade parece não incomodá-lo.
MAIORIDADE PENAL
Por que o Congresso Nacional não aprovou até agora a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos?
Vejam que a proposta se arrasta por anos, e com abrangência apenas para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
Parlamentares que você ajudou a colocar no Senado provocaram controvérsias em debate da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
Acorde, Zé!
O molecão marginal sabe perfeitamente a maldade que comete e que ficará impune.
LERO-LERO
Afora isso, ainda se ouve por aí o lero-lero que prisão tem objetivo não apenas de fazer o condenado pagar pelo crime cometido, mas proposta de recuperá-lo e reenquadrá-lo à sociedade.
Até parece!
Saudade dos meus tempos de adolescente quando a equipe do investigador Antônio Lázaro Constâncio, o Lazinho, visitava periodicamente os botecos de Campinas, mesmo sem denúncia de criminosos no local.
Eram ações preventivas que serviam para dissuadir pretensos marginais. E Lazinho morreu em abril do ano passado, aos 81 anos de idade.
Saudade dos tempos em que a molecada inocente, sentada em muros de casas, em animadas conversas, se dispersava rapidamente ao avistar, à distância, a viatura da Polícia Militar que transitava pelo local.
E a molecada, mesmo sem nada dever, corria de medo da polícia.
Hoje, bandinhos aos montes por aí, de arma em punho, partem diretamente para confrontos com policiais.
MORRO DE TRAFICANTES
Não bastasse a situação degradante ano a ano, infelizmente ainda se vê políticos, sem retaguarda policial, no péssimo exemplo de acesso a morros do Rio de Janeiro, controlados por traficantes.
Portanto, essa baderna no entorno do Estádio Urbano Caldeira – a Vila Belmiro – infelizmente é mais um capítulo daquilo que se transformou em rotina no futebol, com mudança apenas de cores de camisas.
E assim caminha este ‘Brasilzão’, com marginais ameaçando, agredindo e levando pertences dos indefesos cidadãos em qualquer hora do dia.
Infelizmente essa prática está incorporada à vida das pessoas, mas não deveria.
Logo, quando usarem o jargão para você reclamar ao papa, responda que as urnas estão aí para fazer o papel de depuração de nossos representantes, para que tentemos, com isso, não ser enganados mais uma vez por aqueles que podem fazer a diferença.